Humor: a força da conexão real
- Duani Lima
- 21 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de jan. de 2022
Desde que comecei a me interessar por redação, roteiros e pela construção de conteúdos estratégicos na publicidade, um tipo de tema sempre me deixou animada: o humor.

Dos clássicos comerciais da Bombril, em que o grandioso Carlos Moreno dava o ar da graça, aos memes bem-humorados nas redes sociais. Dos filmes do Monty Python ao Porta dos Fundos, a piada sempre esteve presente, tanto nas minhas inspirações quanto no dia a dia que nos cerca. Mas a verdade é que as conexões de humor nem sempre foram as mesmas.
Ao longo dos anos, vimos a sociedade se transformar, o que trouxe também novos valores e olhares sobre os discursos. Aquela piada que usava a opressão, o preconceito e a zombaria com o outro não tem mais vez (se é que alguma vez já teve). E digo até que alguns dos grandes publicitários do passado, hoje em dia, estariam fadados ao fracasso do cancelamento.
A boa notícia é o que o humor inteligente continua despertando emoções. Não à toa, foi o tema do meu projeto de conclusão do curso de pós-graduação na PUCRS: um estudo sobre como o humor gera influência.
Por isso, hoje, divido com vocês alguns insights interessantes que encontrei com o projeto e que funcionam também para a nossa atuação diária na comunicação:
A visível transparência
Verena Alberti no livro "O riso e o risível: na história do pensamento" diz que o riso é uma das verdades "mais verdadeiras que existem".
Traduzindo, o humor é um dos discursos mais transparentes que podem ser utilizados pela comunicação. E consequentemente, a resposta a ele é dada no mesmo nível. Não há como disfarçar uma piada e muito menos o riso despertado. A conexão é puramente real.
Rir é conectar
Estudos ao redor do mundo apontam que o ato de rir tem mais a ver com o desejo de se conectar com as outras pessoas do que com a graça em si. Logo, o riso é visto como um comportamento social.
Você ri com o outro e daquilo que conversa com o seu mundo. Se desconhece uma cultura ou um assunto, provavelmente não irá rir de uma piada sobre o tema.
Criatividade raíz
Construir o discurso do riso não é uma tarefa fácil (talvez seja até uma das mais difíceis que existem). Afinal, esse tipo de discurso tem como premissa criar conexões inesperadas, que fogem do padrão existente e do discurso comum.
É preciso olhar além do que se vê. Além de tudo isso, a construção tem que fazer sentido e causar surpresa. Depende de muito suor e pensamento.
A rotina inspira
Tudo pode ser uma válvula para a piada, só depende do olhar que você dá para um conteúdo, informação ou marca.
Mas atenção: antes de sair por aí fazendo piada, lembre-se de estar atento ao perfil e ao propósito da sua marca e de seus consumidores. Nem todo negócio combina com humor e nem todo humor combina com um negócio.
De olho na objetividade
A partir do momento que você começa a explicar a piada, ela já não faz mais sentido. Portanto, piada também é concisão. O discurso pode até se alongar um pouquinho, mas a construção deve ser clara e conversar a língua do público.
A hora do storytelling
Nas redes sociais, a construção do storytelling com humor torna-se uma excelente alternativa para prender a atenção do público. Além de informação e conexão, a internet também é uma plataforma de descontração. E nós podemos ser parte disso.
Por fim, uma percepção bônus: influência é troca. Do contrário, é monólogo.
Nada disso que citei acima vai funcionar se não houver conversa entre influenciador e público, entre marca e consumidor.
E você, o que pensa sobre o humor na comunicação? Que comerciais bem humorados marcaram sua vida?
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